Neste carnaval derradeiro
investirei nas folias de Momo
para soltar o meu eu verdadeiro.
Uma máscara cobre minha face
disfarce do que não sou
coragem para fazer o que sou.
Apanágio dos meus longos dias
quando lúcido e responsável
escondo a volúpia dos meus desejos,
medo da notável discriminação
conce bida em minhas entranhas.
Neste carnaval derradeiro
investirei nas folias de Momo
para soltar o meu eu verdadeiro.
Prestes a uma nova façanha
aguardo mais um carnaval
ruas e salões enfeitados
foliões desatinados
pouca roupa, quase nada,
mascarados, mascaradas,
bebida, suor, algazarra,
trio elétrico, fanfarra,
sexo, loucura, miçangas,
todos a soltar a franga!
IGdeOl, Versos Esparsos, Nova Letra, 2009, pág. 32/33.
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