segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

POEMA DOS MORTOS












O poema dos poemas,
o melhor poema,
ainda não foi escrito.

Essência aprisionada a sete chaves,
sete na sétima potência,
no micro-universo   do ser,
aprendiz de poeta.

Será revelado no tempo oportuno
no interior de um velho coturno
ou de uma  garrafa de vidro
nas águas negras e salobras do rio Aquerote
ou no casco encharcado  de lodo
do barco dos mortos...

Quiçá,
declamado aos ouvidos atentos
do barqueiro Caronte
ao som  excitante
dos ruídos sinistros
das entranhas da terra
ou no Inferno de Dante,
na voz triunfante
do poeta Virgílio...

O melhor poema
que ainda não foi escrito
encontra-se lacrado
na nave do segredo
de alguma mente enrustida...

( IGdeOl, Versos Esparsos, Nova Letra 2009, pág. 42)

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