sexta-feira, 27 de agosto de 2010

ORA, SE POETA SOU?







Talvez algum dia
voce encontre meu verso
expresso

no sopro do vento.
no canto do pássaro,
no murmúrio do mar,
no silêncio da noite,
na paz do luar!

Talvez algum dia
você encontre me verso
faceiro e contente
na boca inocente
de crianças felizes
que cantam e dançam
fazendo sucesso!

Talvez algum dia
você encontre meu verso
em planos distantes,
ou no sussuro de amantes
que muito se amam!

Talvez algum dia
sem mesmo procurar,
você encontre meu verso
mal escrito em caderno escolar,
datilografado em papel oficial
ou digitado, faltando editar!

Talvez algum dia
você encontre meu verso...

Encontar a poesia
será mais difícil...

Mas te dou uma pista:
revire o Universo,
procure, insista, persista,
e se não encontrar
no espelho se mire
e verá com alegria
ali refletida
a minha poesia!...

(IGdeOL: Amor, singelo amor! Gráf. Verdes Mares, Itapema, 2002)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

SAUDADES


Passatempo,
entretenimento...
Brinco com o mouse,
as letras,
o teclado...

Formo palavras,
exercito os dedos...

Mas o pensamento,
o meu pensamento
como um desgarrado
não brinca com os meus brinquedos!

Neste momento
brinca de voar
de volitar
de visitar...

Mas na verdade
e menos mal,
carrega a saudade
que trago comigo
da minha terra natal
da minha cidade
dos meus amigos!...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

DIA DO MAÇOM BRASILEIRO



DIA DO MAÇOM BRASILEIRO - 20 DE AGOSTO


A data comemorativa ao Dia do Maçom foi instituída no ano de 1957
A escolha da comemoração recaiu no dia 20 de agosto porque nesse dia, em 1822, as Lojas “Comércio e Artes”, “União e Tranqüilidade” e “Esperança de Niterói” em sessão conjunta, presidida pelo 1° Grande Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo, no impedimento do Grande Mestre José Bonifácio, “dirigira um enérgico e fundado discurso demonstrando com as mais solidas rasões, que as actuaes políticas circunstanciais de nossa Pátria e rico fértil e poderoso Brasil, demandavam e exigiam imperiosamente que a sua cathegoria fosse inabalavelmente formada com a proclamação da nossa Independência...”, conforme se registra no livro 1° das atas das Sessões do Grande Oriente do Brasil daquela data.
Sabe-se que a maçonaria brasileira participou ativamente dos acontecimentos políticos de cabal importância para a Pátria tais como a Independência, a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República, tendo sido representada por maçons, dentre os quais são citados José Bonifácio, Gonçalves Ledo, D. Pedro I, Deodoro da Fonseca, Rui Barbosa e muitos outros. Também diversas entidades que prestam relevantes serviços a humanidade foram fundadas por maçons, vejamos alguns exemplos: O Escotismo por Robert Baden Powell, o Rotary Clube por Paul Harris, os Lions Clube por Melvin Jones, os grupos de jovens De Molays por Frank Sherman Land.
Pergunta-se: O que é a maçonaria?
A maçonaria é uma sociedade discreta, na qual homens livres e de bons costumes, denominando-se mutuamente irmãos, cultuam a Liberdade, a Fraternidade e a Igualdade entre os homens. Seus princípios são a Tolerância, a Filantropia e a Justiça. Seu caráter secreto deveu-se a perseguições, a intolerância e a falta de liberdade demonstrada pelos regimes reinantes da época. Hoje, com os ventos democráticos, os maçons preferem manter-se dentro de uma discreta situação, espalhando-se por todos os países do mundo.
Sendo uma sociedade civil sem fins econômicos a maçonaria possui suas agremiações devidamente registradas nos Cartórios Públicos competentes, nada havendo, portanto, de secreto.
A maçonaria não é uma religião. Seus integrantes professam as mais diversas religiões. Como no Brasil a grande maioria dos brasileiros é cristã, adota-se a Bíblia como livro da lei. Em outra nação, o livro que ocupa o lugar de destaque no Templo, poderá ser o Alcorão, o Tora, o livro de Maomé, os Vedas, etc., de acordo com a religião de seus membros.

domingo, 15 de agosto de 2010

CAUSOS DO TIO LELO

No centro da mesa: D. Carola e Tio Lelo - Foto IGdeOL, 1994


O primeiro contato que tive com Tio Lelo foi quando assumi a gerência da agência do Banco do Brasil em Canguçu, no ano de 1992.

A recepção que me foi preparada por alguns clientes e colegas do Banco mantêm-se gravada em meu coração.

Informaram-me de início que ali naquela localidade todos os gerentes de banco deveriam andar armados pelo perigo constante de sermos abordados por pessoas nada amistosas. Como lhes disse que não possuía arma, sugeriram-me acompanhá-los até a residência de um senhor que vendia revólveres importados por preço bastante acessível, inclusive com registro e porte de arma. O empresário Paulo Bettin e o colega José Hamilton ficaram encarregados de me acompanhar até a fazenda onde poderia apreciar e escolher a arma do meu agrado.

No dia previsto fui apanhado pelos novos amigos que fizeram questão de me conduzir ao local no automóvel do Sr. Paulo Bettin.

Lá chegando fomos amavelmente recebidos pela simpática Dona Carola e pelo Tio Lelo, que nos conduziram à sala de visitas, onde se desenhou o fato que narro no poema logo a seguir.

Posteriormente, com a convivência naquela localidade, melhor conheci a personalidade alegre, jovial e com permanente sorriso nos lábios, que se desdobrava em contar causos e anedotas sobre a vida e os costumes locais.

De fato, Tio Lelo, tomava seu banho nas águas frias da lagoa, recolhia o gado de sua estância cavalgando uma moto CG-125; possuía um copo adaptado para o vinho inexistente e uma caixa, entre muitas, com um boneco vestido de padre que ao se abrir fazia saltar o falo de madeira trabalhada.

Fazia muitas brincadeiras com as pessoas que chegavam a Canguçu. Isto já com oitenta anos de idade.

Hoje, Tio Lelo, encontra-se no Oriente Eterno, contando seus causos para os anjos e querubins.

CAUSOS DO TIO LELO
(IGdeOL, Canguçu, 1993)

Tio Lelo, me conta um causo,
hoje quero ser feliz!

Tio Lelo, com teu sorriso
zombeteiro, de guri,
e os teus olhos tão brilhantes
que refletem a todo o instante
a tua alma juvenil,
contagiam meu espírito
e envolvem a minha mente
a volver pelo infinito!

Vejo ao final das tardes,
nas minhas caminhadas,
quando revejo a manhã,
o teu lago de águas claras
gelado pelo inverno
e na superfície plana
um orifício real
onde tu tens a entrada
pro teu banho matinal!

E naquela madrugada
ao nadar por duas horas,
retornas tateando as bordas
descobrindo com as mãos
a saída na entrada.

Depois, bem depois,
lá pelas dez horas,
chega um homem com denodo
prá comprar revólver novo,
importado, bem barato
e a Carola serve no ato
picado de queijo e mate
e afinal como arremate,
vinho verde, lá do Porto...

E o índio afobado
emborca a taça na boca
que de vinho não em nada.
A taça está bem fechada
e o vinho é só enfeite...
Mas serviu para o deleite
e para um sorriso velado!

Em seguida apresenta a caixa
do revólver importado
e aquele pobre coitado,
já faceiro por comprar
arma boa, registro e porte,
por um preço tão barato
leva um susto quando abre...
Salta a “pistola do padre”
na cara do desgraçado!

Sou feliz hoje, Tio Lelo,
por viver este teu causo!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CASA DOS MEUS SONHOS


Oh, meu Deus, que bom seria
viver meu sonho dourado
no conforto de um sobrado
planejado com magia!

Ouvir o canto afinado
dos pássaros ao iniciar o dia,
sentir o perfume das flores,
apreciar as variadas cores
do jardim ali formado!

E nessa doce harmonia,
no seio dessa morada,
nos braços da minha amada,
viver eterna poesia!


(IGdeOL): Amor, singelo amor! Graf. Verdes Mares: Itapema (SC) 2002, pág. 31)