domingo, 27 de fevereiro de 2011

OUTRO CARNAVAL





Neste carnaval derradeiro
investirei nas folias de Momo
para soltar o meu eu verdadeiro.

Uma máscara cobre minha face
disfarce do que não sou
coragem para fazer o que sou.


Apanágio dos meus longos dias
quando lúcido e responsável
escondo a volúpia dos meus desejos,
medo da notável discriminação
conce bida em minhas entranhas.

Neste carnaval derradeiro
investirei nas folias de Momo
para soltar o meu eu verdadeiro.

Prestes a uma nova façanha
aguardo mais um carnaval
ruas e salões enfeitados
foliões desatinados
pouca roupa, quase nada,
mascarados, mascaradas,
bebida, suor, algazarra,
trio elétrico, fanfarra,
sexo, loucura, miçangas,
todos a soltar a franga!

IGdeOl, Versos Esparsos, Nova Letra, 2009, pág. 32/33.




quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

LUZ VERMELHA

POEMA EXPOSTO EM UMA PARADA DE ÔNIBUS
ITAPEMA (SC) - ANO 2010

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

POEMA DOS MORTOS












O poema dos poemas,
o melhor poema,
ainda não foi escrito.

Essência aprisionada a sete chaves,
sete na sétima potência,
no micro-universo   do ser,
aprendiz de poeta.

Será revelado no tempo oportuno
no interior de um velho coturno
ou de uma  garrafa de vidro
nas águas negras e salobras do rio Aquerote
ou no casco encharcado  de lodo
do barco dos mortos...

Quiçá,
declamado aos ouvidos atentos
do barqueiro Caronte
ao som  excitante
dos ruídos sinistros
das entranhas da terra
ou no Inferno de Dante,
na voz triunfante
do poeta Virgílio...

O melhor poema
que ainda não foi escrito
encontra-se lacrado
na nave do segredo
de alguma mente enrustida...

( IGdeOl, Versos Esparsos, Nova Letra 2009, pág. 42)